Literacia digital em saúde na doença renal crónica: revisão de literatura

Autores

  • Inês Marques Ramos Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Palavras-chave:

literacia em saúde, literacia em saúde digital, doença renal crónica

Resumo

A literacia em saúde surge como conceito emergente da promoção em saúde. Segundo Nutbeam (1998), a literacia em saúde representa as competências cognitivas e sociais que determinam a motivação e capacidade do individuo de obter acesso, compreender e utilizar a informação no contexto da saúde (1). No ponto de vista Kim e Xie (2017) a literacia em saúde define-se como o conhecimento, motivação e competências para aceder, compreender, avaliar e aplicar informação de saúde para a tomada de decisão, tendo em vista os cuidados de saúde, a prevenção da doença e a promoção da saúde (2). A literacia em saúde digital é definida como a capacidade de avaliar a informação de saúde retirada de fontes eletrónicas e aplicar o conhecimento adquirido para resolver uma situação relacionada com a saúde. Por outro lado, Norman e Skinner (2006) afirmam que a literacia em saúde digital conjuga competências de diferentes literacias, aplicadas ao contexto da saúde digital. Deste modo, identifica seis componentes centrais: literacia tradicional, literacia em saúde, literacia informacional, literacia científica, literacia dos media e literacia computacional (3).

A literacia em saúde na doença renal é muito importante, uma vez que existe grande complexidade associada à condição médica. A Doença Renal Crónica (DRC) corresponde à perda da função renal, lentamente. Na sua fase mais avançada, os rins já não são capazes de executar as suas funções e surgem duas opções: diálise e transplantação (4).

Para compreender a DRC é necessário que os pacientes sejam capazes de interpretar, aplicar e usar informação quantitativa, especialmente relacionada com informação médica. Assume-se que 20% a 25% dos doentes renais crónicos apresentam níveis limitados de literacia em saúde, o que se reflete na dificuldade na compreensão da doença e, consequentemente, falhas na adesão terapêutica (5).

Biografia Autor

Inês Marques Ramos, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Licenciada em Ciência da Informção pela Faculdade de Letras e Engenharia da Universidade do Porto. Atualmente, a frequentar o segundo ano do Mestrado em Ciência da Informação, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Referências

Nutbeam D. Health promotion glossary. Health Promot Int. 1998;1(1):113–27.

Kim H, Xie B. Health literacy in the eHealth era : A systematic review of the literature. Patient Educ Couns [Internet]. 2017;100(6):1073–82. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.pec.2017.01.015

Norman CD, Skinner HA. eHealth Literacy : Essential Skills for Consumer Health in a Networked World. J Med INTERNET Res. 2006;8:1–10.

MedlinePlus. Chronic Kidney Disease | Kidney Disease | CKD | Medlineplus [Internet]. 2019 [cited 2020 Jan 2]. Available from: https://medlineplus.gov/chronickidneydisease.html

Morony S, McCaffery KJ, Kirkendall S, Jansen J, Webster AC. Health Literacy Demand of Printed Lifestyle Patient Information Materials Aimed at People With Chronic Kidney Disease: Are Materials Easy to Understand and Act On and Do They Use Meaningful Visual Aids? J Health Commun [Internet]. 2017;22(2):163–70. Available from: http://dx.doi.org/10.1080/10810730.2016.1258744

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Publicado

2020-12-15