Não há longe nem distância: os bibliotecários da saúde no mundo eHealth

Autores/as

  • Paula Sousa Saraiva Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa

Palabras clave:

Ehealth, Bibliotecários de Saúde, Desenvolvimento de Competências, Cooperação, transferência de conhecimento, apoio à decisão

Resumen

Introdução: A eHealth tem vindo a ser uma área prioritária da World Health Organization (WHO) desde 2005 pelas potencialidades que evidencia nas suas quatro áreas chave (saúde móvel, telemedicina, Sistemas de Informação de Saúde e eLearning) uma vez que promove a equidade e uma maior qualidade de vida das populações mais isoladas e em locais onde as infraestruturas físicas e humanas são escassas. Nos últimos anos, os profissionais de saúde têm aceite o desafio de desenvolverem projetos de saúde aliados ás novas tecnologias emergentes para darem resposta à distância, às necessidades de saúde dos seus pacientes e bem-estar das populações, no sentido de melhorar a saúde pública e combater as doenças e as epidemias. O HAITooL é disso exemplo e é uma ferramenta eHealth concebida no Instituto de Higiene e Medicina Tropical que ajuda na prescrição antibiótica e no combate aos riscos da resistência microbiana.

Objetivo: É nosso objetivo apresentar algumas oportunidades de intervenção para os bibliotecários da saúde no domínio da eHealth, desenvolvimento de competências e participação em equipas multidisciplinares, propondo modelos colaborativos de proximidade com outros bibliotecários e com cidadãos.  

Discussão: Para os Bibliotecários da Saúde esta é também uma área emergente de atuação onde terão que desenvolver competências para integrarem estas equipas multidisciplinares e também eles darem contributo a vários níveis: i) no apoio á decisão através da recolha de informação e pesquisa de evidência científica que suporte os projetos em curso; ii) em projetos de literacia de saúde quer direcionados para os alunos e médicos, quer direcionados para os pacientes; iii) no apoio às infraestruturas digitais e informáticas de suporte ao projeto; iv) na elaboração de materiais de comunicação para os pacientes e cidadãos (folhetos, blogues, redes sociais); v) na dinamização de eventos em torno dos projetos e contacto com os públicos (competências de literacia e comunicação); vi) na gestão em proximidade das comunidades locais através de interlocutores locais  - as bibliotecas escolares ou municipais. Neste último caso, propomos um novo domínio de intervenção, a nível da colaboração prestada pelo bibliotecário de saúde, que apoiará na capacitação com ferramentais digitais específicas de saúde o seu congénere local na biblioteca municipal ou escolar, transferindo conhecimentos e competências de literacia em saúde para que este possa intervir junto das populações mais remotas e difíceis de alcançar e de modo a que este possa assim interceder localmente e em proximidade junto desses cidadãos fazendo a ponte com a restante equipa à distância: médicos, bibliotecários de saúde e outros profissionais de saúde do projeto.

Conclusão: a eHealth constitui uma oportunidade de desenvolvimento de competências tecnológicas e de literacia mas também permitirá ao bibliotecário de saúde participar de um  mundo mais global e sustentável através do trabalho de equipa em colaboração com outros bibliotecários e em maior proximidade com o cidadão, num mundo mais equitativo, inclusivo onde o digital faz sentir cada vez mais que “Não há longe nem distância” quando se consegue chegar ás pessoas onde quer que estejam e com eficácia, salvar vidas.

Biografía del autor/a

Paula Sousa Saraiva, Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa

Paula Sousa Saraiva é Coordenadora Principal do Centro de Gestão de Informação e do Conhecimento do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e membro do Centro de Investigação do Instituto de Higiene e Medicina Tropical GHTM – Global Health & Tropical Medicine. Doutorada em Ciências da Informação e da Documentação e Mestre em Arquivos, Bibliotecas e Ciências da Informação, pela Universidade de Évora é também licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tem assumido funções dirigentes em diversos organismos da Administração Pública em comissão de serviço desde 2008. Palestrante e membro de vários comités científicos em eventos científicos nacionais e internacionais do qual destaca co-chair da 12ª Conferência da EAHIL- European Association for Health Information and Libraries, realizada em Lisboa em 2010, foi também designada submission advisor da EAHIL - para o Workshop 2019 de Basileia. É membro da BAD desde 1995 da EAHIL desde 2000, foi de 2000 a 2013 membro da APDIS, tendo sido vogal do Conselho Fiscal nos anos de 2003 a 2009.  Integra atualmente o Grupo de Trabalho das Bibliotecas de Ensino Superior da BAD e o Grupo de Trabalho dos Museus de Ciência e da Saúde.

Citas

Sarada Rao. The role of libraries in eHealth service delivery in Australia. The Australian Library Journal. 2009. 58:1, 63-72. DOI: 10.1080/00049670.2009.10735836

Simões, A. S., J. Gregório, P. Póvoa, and L. V. Lapão. Practical guide for the implementation of Antibiotic Stewardship Programs. Lisboa: Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa, 2015. Acedido em: 12 de dezembro de 2020. Disponível em: http://haitool.ihmt.unl.pt/papers/PolicyPaper_ASP_PT.pdf http://haitool.ihmt.unl.pt/index.html

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World Health Organisation. Global diffusion of eHealth: Making universal health coverage achievable. Report of the third global survey on eHealth. Geneva: WHO Global Observatory for eHealth, 2016 Acedido em: 12 de dezembro de 2020. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/252529/9789241511780-eng.pdf?sequence=1

Publicado

2020-12-15