O uso do Moodle em disciplinas de pós-graduação de uma faculdade de medicina brasileira
Palabras clave:
Educação na Saúde. Tecnologia Educacional. Aprendizagem Colaborativa. Ambiente Virtual de Aprendizagem.Resumen
Introdução. Entender a complexidade dos desafios do novo paradigma do ensino superior com o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) é essencial para o processo de educar e aprender. O Moodle1 é um exemplo de TDIC que vem sendo utilizada para o suporte ao ensino em cursos de graduação, pós-graduação e projetos de extensão universitária. Objetivo. Avaliar a utilização da plataforma Moodle em disciplinas oferecidas nos programas de pós-graduação de uma faculdade de medicina no contexto brasileiro. Método. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com levantamento das disciplinas da pós-graduação de uma faculdade de medicina cadastradas no Moodle. A coleta dos dados se deu por meio do check-list desenvolvido por Rocha2, o qual abarca as seguintes questões: i) Há roteiro de orientação para o aluno?; ii) Além dos conteúdos oferecidos há links para estudos complementares?; iii) Os alunos podem realizar estudos ou pesquisas de interesse próprio?; iv) Há atividade que os alunos deverão realizar em cada aula?; v) Há formação de grupos para estudos ou tarefas?: vi) Há propostas de pesquisas na web?; vii) Há uma síntese dos conteúdos e domínios do curso?; viii) Há uma avaliação?. Resultados. No momento de realização do estudo, haviam 18 programas de mestrado e doutorado acadêmico e foram oferecidas 217 disciplinas nesses programas de pós-graduação da faculdade pesquisada. Dessas disciplinas, após a exclusão das disciplinas repetidas, 14% (n=31) foram cadastradas no Moodle. Do total dessas disciplinas, 65% (n=20) foram estudadas e, em apenas 15% (n=3) dessas foram observadas a utilização dos recursos/atividades do ambiente como propõe o check-list. A utilização preponderante nas disciplinas de dois recursos (arquivo e rótulo) e duas atividades (fórum de notícias e tarefa) caracteriza o ambiente virtual das disciplinas estudadas como um local para repositório de textos, sem nenhuma interação. Discussão. A partir dos dados apresentados é possível evidenciar que o uso do Moodle na faculdade de medicina estudada não é amparado na exploração dos diversos recursos e atividades. O ambiente virtual é mais utilizado como uma ferramenta de dispensação de materiais e não de construção de redes de interações com construção de conhecimentos. As instituições educacionais vêm realizando investimentos pesados na informatização e no estímulo à cultura digital2. Todavia a oferta de redes de comunicação para docentes e alunos, redes de transmissão, equipamentos de gravação, ilhas de edição, salas de videoconferências e outras, apesar de necessárias, não conseguirão sozinhas impactar na transformação do modelo educacional. Faz-se necessário uma ação política para debater o caminho da mudança. Conclusão. Se o objetivo da instituição for estimular o docente a usar as TDICs, como por exemplo, o Moodle, com qualidade e as potencialidade que as ferramentas digitais podem oferecer à educação presencial, a formação docente3 com abordagens pedagógicas da educação on-line, além do suporte técnico, faz-se necessário.
Citas
Ter Haar E, Romero TRL. Adesão a Tecnologia Educacional: o caso do Moodle do Stoa. Anais do 1ª Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo, 25-27 de Maio, 2017.
Rocha JSY. Uso de tecnologias da informação e comunicação na educação em saúde. Problematização e desenvolvimento. Medicina (Ribeirão Preto). 2015; 48(3):214-23.
Koops W, Van der Vleuten C, Snoeckx L. Computer-supported collaborative learning by medical students. Journal of Contemporary Medical Education. 2018;8(1):1-9.