Caracterização da produção científica portuguesa da área da saúde indexada na Scopus

Autores/as

  • Maria da Luz Antunes Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL - IPL) Grupo de Investigação em Psicopatologia, Emoções, Cognição e Documentação (ISPA-Instituto Universitário)
  • Teresa Costa Fundação para a Ciência e a Tecnologia | Unidade FCCN. Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS-Universidade de Évora)

Palabras clave:

Bibliometria, Scopus, Produção científica, Saúde, Portugal

Resumen

Introdução – É particularmente importante uma avaliação objetiva e imparcial da qualidade da atividade científica dos investigadores, mas também do comportamento científico e pedagógico das instituições de ensino superior, as quais, por sua vez, são o espelho do empenho de um país na sua componente de I&D. Objetivo – O presente estudo bibliométrico pretende caracterizar a presença portuguesa na Scopus e analisar a produção científica portuguesa classificada na área da saúde e indexada nesta base de dados. Métodos – Analisou-se a produção científica portuguesa referente ao período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. A abordagem centrou-se nas seguintes variáveis: categorias de classificação da Scopus; tipologia de documentos indexados; títulos de revistas; autores; distribuição por anos de publicação; afiliação institucional e países de origem dos autores com quem foram estabelecidas relações de parceria científica. Consideraram-se três grandes categorias de classificação na Scopus (Life Sciences, Health Sciences e Social Sciences & Humanities, usando filtros temáticos), porque a área da saúde tanto assume componentes exatas como transversais. Conjugou-se o descritor Portugal com a modalidade affiliation country. Os dados foram alinhados pela terminologia das variáveis em estudo (affiliation, author, country, doctype, source, subject, year) e fundidos num só ficheiro por variável. Resultados – A Scopus contempla 198.749 resultados com afiliação em Portugal. Na área da saúde contabilizaram-se, no total, 71.232 trabalhos, o que significa uma percentagem de 35,8%. Estes encontram-se distribuídos pelos três grupos de classificação: Health Sciences (59,1%), Life Sciences (34%) e Social Sciences & Humanities (6,9%). O artigo original (78,1%) consubstancia a forma mais usada pelos autores portugueses para a divulgação dos resultados de investigação, logo seguido do artigo de revisão (8,9%), dos paper (3,9%) e das letter (3,1%). Os últimos cinco anos são os mais representativos na produção científica (58,4%). Analisando as revistas onde os investigadores portugueses mais publicam, constata-se que são portuguesas sete das primeiras dez. A maioria da produção científica com visibilidade internacional é oriunda das universidades, sendo a Universidade do Porto a que mais se destaca. A parceria científica com outros investigadores destaca a colaboração nacional, mas também com os Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Países Baixos e Brasil, por esta ordem. De destacar que é a Universidade de São Paulo (no Brasil) a maior instituição parceira com 788 trabalhos. Discussão e Conclusões – Na informação da área da saúde indexada na Scopus, as universidades desempenham um papel fundamental, destacando-se a Universidade do Porto. Também os índices de coautoria e sobretudo a colaboração internacional com investigadores de outras nacionalidades têm aumentado ao longo dos anos. Os benefícios e os méritos desta colaboração internacional ao nível da investigação incluem a partilha e a transferência de conhecimento e equipamento, associando os investigadores a uma grande rede científica, bem como o acelerar do processo de investigação, aumentando a visibilidade dos artigos. A produção científica portuguesa da saúde evidencia a existência de vínculos com diversos países, produto das parcerias, dos projetos globais e dos financiamentos.

Biografía del autor/a

Maria da Luz Antunes, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL - IPL) Grupo de Investigação em Psicopatologia, Emoções, Cognição e Documentação (ISPA-Instituto Universitário)

Licenciatura em História (1986), pós-graduação em Ciências Documentais (1996) e mestrado em Ciências Documentais (2006), com um trabalho sobre o papel de mediador do bibliotecário de referência nas bibliotecas universitárias da área da saúde. O percurso pelas bibliotecas iniciou-se na Biblioteca do Gabinete em Portugal da Comissão Europeia, tendo transitado para o Centro de Documentação Europeia da Universidade de Lisboa. Desempenhou funções de coordenação no Centro de Documentação do Instituto de Clínica Geral da Zona Sul, mais tarde reestruturado em Instituto da Qualidade em Saúde, na Universidade Atlântica e, desde 2000, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa [ESTeSL-Instituto Politécnico de Lisboa (IPL)]. Gestora do Repositório Científico do IPL (desde 2011) e da B-ON no IPL (desde 2007). Revisora técnica da Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (desde 2014) e da Saúde & Tecnologia (desde 2008). Integra, desde 2015, o Grupo de Investigação em Psicopatologia, Emoções, Cognição e Documentação (ISPA-Instituto Universitário). Membro da EAHIL, APDIS e BAD. As suas maiores áreas de investimento têm sido a metodologia e as competências de investigação, a bibliometria e a literacia em saúde, especialmente junto dos idosos e dos portadores de doenças crónicas. Apresentou e publicou alguns trabalhos e tem assegurado seminários de investigação aplicada na ESTeSL e na Coordenação do Internato Complementar em Medicina Geral e Familiar.

Teresa Costa, Fundação para a Ciência e a Tecnologia | Unidade FCCN. Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS-Universidade de Évora)

Licenciatura em História (1996), pós-graduação em História Regional e Local (1998), licenciatura em Ramo de Formação Educacional em História (2000), curso de especialização em Ciências Documentais, variante de Biblioteca e Documentação (2003), mestrado em Ciências da Documentação e Informação (2008) – formação académica adquirida na íntegra na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Doutorada em Ciências da Informação e Documentação pela Universidade de Évora (2015). Gestora da Biblioteca do Conhecimento Online (b-on) onde desenvolve atividade desde 2005. Professora auxiliar no Mestrado em Ciências da Informação e Documentação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Investigadora do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora. Tem desenvolvido investigação nas áreas dos recursos eletrónicos e da bibliometria.

Publicado

2016-06-13