Bibliotecários do ensino superior: o desafio da atualização de competências

Abstract

Introdução

Nos anos mais recentes as associações de bibliotecários um pouco por todo o mundo têm realizado uma reflexão sobre o desenvolvimento profissional dos seus associados. Ao mesmo tempo, investigadores e práticos procuram pensar e atuar em conformidade com a evolução contextual da profissão^1,2. O aumento e diversificação da informação para gerir, a submersão em tecnologias que é necessário dominar, os espaços que assumem novas funções, o contexto da ciência aberta em expansão e a multiplicidade de solicitações dos utilizadores que apelam à atualização da sua literacia de informação, exigem novas perícias a estes profissionais. No ensino superior, cuja missão social passa por formar gerações futuras, criar conhecimento e garantir inovação em todas as áreas da esfera pública, atender às tendências emergentes é um imperativo.

Objetivos

O presente trabalho procura fazer eco destas reflexões, sintetizando as atuais tendências relativas às competências do profissional de informação que atua no ensino superior, com enfoque nos que apoiam os estudantes das áreas da saúde. Procura demonstrar-se como o desenvolvimento de competências profissionais deve ser uma resposta às tendências contextuais – verificadas nos documentos orientadores das Associações Profissionais³ e de instituições de referência⁴ - ao mesmo tempo que se consubstanciam e fortalecem nas práticas profissionais diárias, num movimento pendular entre teoria e prática.

Método

Procede-se à recolha das competências requeridas aos profissionais de informação do ensino superior nos principais documentos orientadores em vigor, complementados por estudos atuais publicados. Apuram-se as principais áreas, formando clusters de atuação, propõe-se uma articulação destas com as necessidades de aprendizagem, ensino e investigação na área da saúde.

Resultados e Discussão

As instituições, docentes e alunos beneficiam do investimento em conhecimento e aprendizagem dos profissionais de informação, que se revela em maior perícia e competência profissional no atendimento, nas respostas às questões de referência, na gestão de coleções, espaços, recursos humanos e informação, no ensino de competências, no apoio à investigação nas suas diversas vertentes. Profissionais atentos e melhor qualificados potenciam o seu desempenho, trazendo vantagens para as instituições de que fazem parte e para os utilizadores com quem lidam.

Conclusões

As consequências da melhoria de competências no profissional de informação, que implicam estar a par das tendências atuais e das recomendações para o setor, incluem benefícios tangíveis na redução de custos, na otimização dos recursos para a gestão das bibliotecas, na gestão do conhecimento, das coleções e da informação, no aumento do sucesso académico dos estudantes, nas melhorias dos requisitos para o ensino e no potenciar das condições para a produção e projeção da investigação desenvolvida. Estes resultados devem ser fatores motivadores das instituições de ensino superior, no seu compromisso de disponibilização de condições para a formação contínua dos profissionais de informação em saúde, mas também para os próprios profissionais, que devem buscar permanentemente a sua atualização. Estudos como este devem ser prosseguidos para contribuir para a visibilidade e influência dos profissionais de informação em saúde, mas também para a responsabilização e compromisso face à profissão e ao seu impacto no ensino superior.