Desafios da Telemedicina em Angola no apoio à Municipalização da Saúde

Autores

  • Mélanie Raimundo Maia Global Health and Tropical Medicine, Instituto de Higiene e Medicina Tropical - Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal.
  • Jorge César Correia Hôpitaux Universitaires de Genève, Genève, Suisse.
  • Luís Velez Lapão Global Health and Tropical Medicine, Centro Colaborador OMS para as Políticas e Planeamento da Força de Trabalho em Saúde, Instituto de Higiene e Medicina Tropical - Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal.

Palavras-chave:

Telemedicina, Teleconsulta, Teleformação, Acesso universal, Cuidados de saúde primários, Angola

Resumo

Introdução – A telemedicina, como meio para a prestação de cuidados de saúde à distância, permite quebrar barreiras e limitações existentes nos sistemas de saúde, podendo ser um meio para responder ao desafio da globalização e do acesso universal à saúde1. Desde 2003, a expandir-se e a ganhar cada vez mais seguidores, com apoio da rede de telemedicina RAFT, que conta já com a participação de mais de um milhar de profissionais de países africanos, tem garantido a ligação entre uma extensa rede de profissionais da saúde2. Objectivo Pretendeu-se expandir a rede de telemedicina em Angola para cumprir uma estratégia de municipalização da saúde, com a promoção da participação dos profissionais de saúde. Métodos – Durante o último ano promoveu-se a rede junto dos profissionais de saúde em Portugal e PALOP, com vista a alargar a rede de colaboração internacional em língua portuguesa tanto ao nível da teleconsulta como ao nível da capacitação e formação contínua à distância dos profissionais locais, captando cada vez mais utilizadores para a rede. Resultados – A realização do respectivo benchmarking de suporte ao policy-paper sobre a matéria, o debate organizado com especialistas da matéria acerca da possível contribuição da telemedicina para a prestação de cuidados de saúde essenciais, a divulgação do projecto em curso pelos parceiros e PALOP e a realização e transmissão de sessões formativas na plataforma Dudal constituem os principais resultados desta fase. Conclusão – Ao longo do tempo tem vindo a conseguir-se reunir cada vez mais colaboradores (médicos e outros profissionais de saúde) para apoiar a rede de telemedicina. De futuro, deverá haver continuidade neste trabalho, focando particularmente na dinamização da plataforma de teleconsulta.

Biografias Autor

Mélanie Raimundo Maia, Global Health and Tropical Medicine, Instituto de Higiene e Medicina Tropical - Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal.

PhD Student e Assistant Researcher de Saúde Pública Internacional, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT/UNL), é Mestre em Engenharia Biológica na Universidade do Minho (2008), especializada em Tecnologia Química e Alimentar, e Mestre em Higiene e Segurança do Trabalho na Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova de Lisboa (2013).

Trabalha em consultoria, investigação e desenvolvimento de projectos na área da Telemedicina e Tecnologias de Info-comunicação na Sáude. Realizou a Avaliação do perfil de Saúde em trabalho de campo em Oecusse (2015) e a Promoção do projecto de desenvolvimento urbano sustentável em colaboração com  GEOTPU da Universidade Nova de Lisboa (2013 - 2015). Foi gestora dos cursos de Pós-graduação e Mestrado de Higiene e Segurança no Trabalho da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (2012 - 2013). Outras actividades (desde 2011): Formadora de Saúde e Segurança no Trabalho, Ergonomia do Posto de Trabalho, Qualidade, Higiene e Segurança Alimentar.

Jorge César Correia, Hôpitaux Universitaires de Genève, Genève, Suisse.

É o coordenador da rede de Telemedicina RAFT em Angola.

PhD candidate em Global Health na Faculdade de medicina da Universidade de Genebra – Suiça, trabalha desde 2010 no desenvolvimento da telemedicina em África através da rede RAFT.

Formado em medicina em Genebra (2012), trabalhou como medico residente nos Hospitais Universitarios de Genebra (HUG) nos departamentos de educação terapeutica para doenças cronicas (2013-2015) e medicina interna, reabilitação e geriatria (2015-2016). Fez uma formação avançada na Educação Terapêutica do Doente Crónico, com foco na obesidade e diabetes (2014).

Trabalha actualmente no departamento de Medicina Internacional e Humanitaria dos Hospitais Universitarios de Genebra como medico investigador na área das doenças cronicas não transmissiveis e doenças tropicais negligenciadas nos paises em desenvolvimento.

Luís Velez Lapão, Global Health and Tropical Medicine, Centro Colaborador OMS para as Políticas e Planeamento da Força de Trabalho em Saúde, Instituto de Higiene e Medicina Tropical - Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal.

É investigador e docente de Saúde Pública Internacional, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT/UNL). PhD em Engenharia de Sistemas (Gestão de Saúde) da Universidade Técnica de Lisboa, Mestre em Física e graduou-se em Engenharia Física tecnológica pela Universidade Técnica de Lisboa.

É membro do Centro Colaborador para o Planeamento e Políticas da Força de Trabalho da Organização Mundial da Saúde, do IHMT, desde 2011. Foi Diretor do programa PACES (Ministério da Saúde), responsável pela formação em Gestão e Liderança para Gestores de Cuidados de Saúde Primários em Portugal (2008- 10). É auditor da Comissão Europeia para os Sistemas de Informação de Saúde, desde 2005. É membro da equipa Contratualização em Cuidados Primários (INSA-AGO-Ministério da Saúde) (2014-2016). É autor e co-autor de mais de 30 trabalhos revisados por pares e 7 livros/capítulos.

É o Investigador Principal nos projectos: “OSYRISH-FCT” entre profissionais de Portugal e Cabo Verde; EEA Grants HAITool: Hospital Antibiotic Stewardship Intervention, em colaboração com a Universidade do Norte da Noruega e Hospitais Universitários de Genebra (HUG); e TECH-4: Serviços de telemedicina em Angola, com os HUG e o Ministério da Saúde de Angola (2015).

Publicado

2016-06-13