Um estudo informacional das relações interpessoais diante da pandemia de Covid-19

Autores

  • Tamara Rodrigues Lima Zanuzzi MESTRE
  • Edlaine Villela Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

COVID-19, Medidas Psicoeducativas, Pandemia, Informação em saúde

Resumo

Introdução: A globalização e a conectividade do mundo, por meio das tecnologias de informação, são um grande marco no cenário da pandemia de COVID-19. A produção de informações em velocidade acelerada vem sendo utilizada por todos segmentos sociais e governamentais para transmitir informações sobre a COVID-19. As tecnologias de informação são ferramentas muito importantes para contribuir com a promoção de saúde das populações que estão aflitas com a pandemia¹. O fornecimento de medidas psicoeducativas pode se constituir em um elemento muito importante de assistência essencial e emergencial para populações que vivenciam sofrimento psiquico com desastres, tragédias e emergências².

Objetivos: Descrever a percepção das relações interpessoais durante a pandemia da COVID-19 no Brasil garantindo uma devolutiva aos participantes, com informações de qualidade que sirvam como recomendações para lidarem com as dificuldades trazidas pela pandemia.

Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo através de um consórcio internacional com questionário online, com 75 perguntas com enfoque em questões sociodemográficas; informações sobre a COVID-19 e como os participantes lidaram com ela; bem-estar geral; relacionamentos; práticas parentais; níveis de preocupações; padrões de consumo de álcool; utilização do tempo; situação social e relações sociais. As devolutivas com informações e recomendações em saúde eram apresentadas ao final do preenchimento do questionário. O link da pesquisa foi divulgado entre os meses de junho a dezembro de 2020, pelo WhatsApp, e-mail e mídias sociais como Facebook, Instagram e LinkedIn. Os indivíduos elegíveis foram adultos maiores de 18 anos, residentes no Brasil. Esta pesquisa foi organizada pelo consórcio intitulado de Estudo de Base Populacional sobre COVID-19 (ICPCovid).

Resultados e discussão:  Foram submetidos 756 questionários, que em sua maioria foram preenchidos por homens (78,6%), residentes em áreas urbanas (97,4%). Foi evidenciado por 53,4% que a vida se tornou “pior” desde o início da pandemia. 25,5% não conseguem controlar níveis de preocupação, cerca de 10% relatam que não é bom o relacionamento com o(a) parceiro(a), e a relação com os filhos está prejudicada (4,7%). 40% relataram assistir mais televisão, 60% passaram mais tempo na internet (fora do trabalho), 56,2% passaram mais tempo nas redes sociais (fora do trabalho), 60,5% praticavam menos atividade física, 32,2% descansavam menos e 25,6% dormiam menos. Diante desses impactos da pandemia, as devolutivas com informações em saúde se fizeram necessárias e emergentes. Foram importantes no que tangue a repercussões positivas para autoconhecimento, autocuidado, minimização de sentimentos desagradáveis e reconhecimento dos fatores de risco para abalo da saúde mental frente às dificuldades da pandemia³. Objetivam diminuir sofrimento, oferecendo acolhimento e construindo redes de apoio social para prover necessidades emergentes⁴.

Conclusões: Compreende-se que diante desta pandemia, uma logística comunicacional coerente e concisa com a realidade das populações é muito importante diante dos diversos obstáculos políticos, econômicos e socioculturais do contexto brasileiro. O caos dos impactos da COVID-19 exige a valorização das potencialidades comunicacionais e informacionais na transmissão do conhecimento, levando em consideração o cuidado empático no contato com multiplicidades da condição humana⁵.

Palavras-chave: Informação em saúde; Medidas psicoeducativas; Pandemia; COVID-19. 

Referências

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Publicado

2024-02-02