Necessidade e usos da Informação da linha de frente da COVID-19 em Biblioteca Hospital no enfrentamento da Pandemia

Autores

Palavras-chave:

Fontes de Informação, Uso da Informação, Fake News, COVID-19, Biblioteca Hospitalar, Bibliotecário clínico.

Resumo

Introdução: Em meio a pandemia da COVID-19 em 2020,  bibliotecários clínicos e bibliotecas hospitalares desempenharam um papel importante no suporte à equipe médica da linha de frente que atuou no combate à doença.  As demais bibliotecas, assim como a maioria das instituições, permaneceram fechadas(1,2). Neste contexto de infodemia e desinformação, a equipe médica na linha de frente da COVID-19 demandou por informações adequadas e em tempo para atendimento aos pacientes. Conhecer a necessidade de uso de informação em saúde para suporte à Saúde Baseada em Evidência(SBE) tornaram-se essenciais (2, 3, 4). A  pesquisa se justifica pela importância das bibliotecas hospitalares em prestarem serviços de informação às equipes médicas. Realizou-se pesquisa com os usuários da Biblioteca Hospitalar do Centro de Estudos do Hospital Privado (5) a partir das seguintes premissas.

Objetivo: Identificar as necessidades e usos de informação da equipe médica da linha de frente da COVID-19 em Biblioteca Hospitalar.

Metodologia: Pesquisa quantitativa com questionário estruturado para coleta de dados no Google Forms. Pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa CAAE: 36416720.4.0000.5125, variáveis: sexo, idade, especialidade, domínio de informática, tempo de prática médica, aplicação de SBE, Fake News, fontes de informação. Amostra 125(100%) médicos e residentes que atuaram na linha de frente da COVID-19 durante a pandemia em hospital privado de Belo Horizonte já mencionado, Brasil, de novembro/2020 a julho/2021. As análises foram realizadas no SPSS e Microsoft Excel.

Resultados: Feminino: 63(50,4%),  masculino: 62 (49,6%). Em relação ao domínio de uso de informática e internet: 84 (67,2%) médio, ou seja, usa aplicativos, e-mail, word, navegadores com desenvoltura. Tempo de prática médica foi de até 5 anos: 62(49,6%). Respondentes principais residentes: 52(41,6%). Afirmaram que aplicam a SBE na prática clínica: 124(99,2%). Para a questão: A circulação das “Fake News” causa influência no paciente em relação à aceitação do tratamento para a COVID-19? respostas foram positivas:Muitas vezes: 76(60,8%); Sempre: 37(29,6%).Sobre as fontes de informações pesquisadas, frequência de acesso à OMS: ocasionalmente: 45(39,8%), ao PubMed:  ocasionalmente: 39(34,5%).  Sobre a finalidade da busca por informação, responderam positivamente tratamento: 107(85,6%);  conhecimento próprio: 100(80,0%); diagnóstico: 103(82,4%); aplicar SBE: 74(59,2%); dar aula: 68(54,4%); responder dúvidas de pacientes: 45(36,0%);prevenção: 35(28,0%).

Discussão: A maioria dos respondentes foram residentes, devido a necessidade de informação para aprendizado.A SBE é um conceito familiar para a maioria dos respondentes que afirmaram que a praticam. Os resultados demonstraram que mesmo com médio domínio de uso da Internet, houve pouca pesquisa na PubMed, o que se deve à preferência por fontes direcionadas a SBE como os Sumários de Medicina Baseada em Evidências. Mais de 90% dos médicos afirmaram que Fake news influenciaram a aceitação dos pacientes em relação ao tratamento da COVID-19

Conclusões: A pesquisa foi importante para conhecer as necessidade e uso de informação no enfrentamento da pandemia da COVID-19 sugerindo que  ações para  combate a Fake News na área de saúde são necessárias. O bibliotecário clínico, por sua vez, deve conhecer e selecionar as fontes de informação em saúde capazes de prover suporte de informação adequada à equipe médica em momentos pandêmicos.

Biografia Autor

Amanda Damasceno de Souza, Universidade FUMEC

Doutora em Gestão e Organização do Conhecimento e Mestre em Ciência da Informação pela UFMG. Graduada em Biblioteconomia também pela UFMG.Atuou como Bibliotecária Clínica no Hospital Felício Rocho e na Oncologia do Hospital Belo Horizonte e da Santa Casa de Belo Horizonte. Atualmente é Vice-Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Felício Rocho e membro do CEP da FUMEC. Membro dos Grupos de Pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Recursos, Serviços e Práxis Informacionais (NERSI), Representação do Conhecimento, Ontologias e Linguagem (ReCOL), NCOR-BR e Membro do Comitê ABNT CE 021:002.032. Membro da Comissão de Pesquisa e Iniciação Científica (CoPIC), Universidade FUMEC. É editora das Revistas Estética em Movimento e Código-31. Atua como Docente no Bacharelado em Estética, Bacharelado em Administração e no Programa de Pós Graduação em Tecnologia da Informação e Comunicação e Gestão do Conhecimento (PPGTICGC), da Universidade FUMEC.

Referências

Souza A, Cota A, Fernandes M. The response of clinical medical librarians to the COVID-19 pandemic: a case study. JEAHIL [Internet]. 2Oct.2020 [cited 23Jun.2023];16(3):12-7. Available from: http://ojs.eahil.eu/ojs/index.php/JEAHIL/article/view/405.

Ciol R, Beraquet VSM. Evidência e informação: desafios da medicina para a próxima década. Perspect ciênc inf [Internet]. 2009Sep;14(3):221–30. Available from: https://doi.org/10.1590/S1413-99362009000300014.

Figueiredo NM. Aspectos especiais de estudos de usuários. Ciência da Informação, 2018; 47(1). Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/111718. Acesso em: 23 jun. 2023.

Prudencio DS, Rodrigues JC. Profissional de informação em saúde: perfis, atuações e outras discussões. Informação@Profissões,2020; 9(2):116-149. DOI: 10.5433/2317-4390.2020v9n2p116 .

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Publicado

2024-02-02